domingo, 28 de fevereiro de 2010

Obstáculos Iniciais (Osório)


Desenvolver projetos independentemente seria mais difícil do que no caso de uma parceria, pois vários obstáculos teriam que ser transpostos, dentro e fora do Brasil. O mundo estava na Guerra Fria e abipolarização, o que representava antagonismos no mercado de equipamento bélico: Ao mesmo tempo que aumentava as vendas de material militar, também dificultava este mesmo comércio, devido à desconfiança entre países.

A Engesa ainda teria que "agradar" ao Exército Brasileiro. Interessado no projeto, este emitiu um OBO (Objetivos Básicos Operacionais), que ditaria o projeto do Osório. Um dos grandes problemas deste OBO era a limitação de peso na casa das 36 toneladas, irreal para a configuração desejada pela Engesa para o projeto isso porque outros veículos, potenciais concorrentes tinham pesos entre 44 e 65 toneladas. O peso determinado pelo Exército não era de um MBT mas sim de um tanque leve. O Tamoyo III, veículo desenvolvido pela Bernardini em paralelo ao Osório se ateve ao OBO, e tornou-se um tanque médio, não um MBT.

O Exército Brasileiro na realidade não procurava por um MBT por dois motivos: O primeiro é que a atribuição das Forças Brasileiras eram essencialmente defensivas, visando a proteção do território nacional. O Brasil já praticava a não intervenção e a neutralidade. A esse tipo de atribuição, de acordo com os generais de então, não cabia para um MBT, arma essencialmente ofensiva. O outro motivo era simplesmente o alto custo dessas máquinas. Isso aplica-se ao custo por unidade, e também aos custos de manutenção. Um veículo como o Osório, seria obviamente caro para os padrões do Exército.

Contudo a Engesa conseguiu reduzir as limitações que o Exército dava ao projeto. Foi fixada como meta para o peso o número de 42 toneladas. A limitação de largura seria mantida (3,20m). Essas limitações se davam por conta das ferrovias brasileiras, utilizadas nos transportes dos tanques. Fechados os parâmetros, começava o desenvolvimento do projeto.

Nessa época também definiu-se o nome do veículo: Osório. Em homenagem ao general Osório, patrono da arma de cavalaria do Exército Brasileiro, que liderou ao lado do Duque de Caxias o avanço sobre Assunção, e a vitória na Guerra do Paraguai. Na Arábia Saudita, receberia do nome de Al Fahd, nome do então monarca daquele país.

Depois disso, a Engesa enviou engenheiros pelo mundo para pesquisarem sobre o que poderia ser utilizado no projeto do EE-T1. Eles procuravam por equipamentos que seriam utilizados como motor, transmissão (e etc].). Ainda havia outros obstáculos, mas o Exército Brasileiro já começava a "se empolgar" com o projeto, e se movia para apoiar a empresa.

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