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domingo, 28 de fevereiro de 2010

Fracasso posterior(Osório)


Finalmente, os Estados Unidos agiram, alegando que o Brasil não respeitava acordos internacionais e, principalmente, que negociava com nações tidas como inimigas, fizeram com que a Arábia Saudita hesitasse em fechar o acordo com a Engesa. Hesitação que tornou-se recusa com a eclosão da operação Tempestade do Deserto contra o Iraque em 1991, fazendo com que os laços entre os Estados Unidos e a Arabia Saudita se estreitassem de tal forma, que os sauditas decidiram ignorar a capacidade bélica demonstrada pelo EE T1 Osório e assinar o acordo com seu principal aliado, os próprios Estados Unidos.

Dada a natureza da empreitada, dos obstáculos enfrentados e, principalmente, pelo risco de se investir quase todos os seus recursos num projeto voltado para compradores estrangeiros, a Engesa acumulou várias dívidas. Mas, nesse momento, demonstrou-se os verdadeiros riscos da empreitada: a não disposição do governo brasileiro em investir nesse ramo e a conseqüente falta de compradores para o EE T1 Osório.

A falta de disposição do governo brasileiro demonstrou-se, principalmente, pela pequena atuação tanto na política em prol do produto, tanto quanto na ajuda financeira diante da situação precária da Engesa. A ausência de dinheiro para o Exercito Brasileiro em adquirir o EE T1 Osório foi interpretada pelo mercado como sendo, na verdade, uma falta de interesse do mesmo no produto. Levando a conclusão de que se nem o próprio Exercito Brasileiro compra o tanque, então os compradores de outros certamente não iriam comprá-lo. O primeiro Osório de pré-série foi vendido como sucata, seus equipamentos devolvidos (canhão, optrônicos, motor, transmissão...) aos fabricantes para aliviar as dívidas. Patrimônio foi vendido e em 1993 a Engesa faliu. Era o fim da linha.

Os protótipos construídos e sobreviventes (Torre padrão e o de 120mm) ficaram sob custódia do Exército,13º R C Mec, em Pirasssungua-SP mas sem pertencerem a este, portanto quase abandonados. Esses veículos seriam leiloados em 20 de novembro de 2002, contudo, o ministério público de São Paulo impetrou ação, impedindo a venda destes veículos. Eles seriam vendidos por R$ 300.000,00 as duas unidades, para um comprador particular, uma quantia irrelevante frente aos 50 milhões de dólares gastos em seu desenvolvimento.

Finalmente em 22 de março de 2003, ocorreu uma cerimônia de entronização no quartel do 2º RCC emPirassununga(posteriormente tranformado em 13º R C Mec), São Paulo, onde o protótipo 2 (P2) equipado com canhão de 120mm desfilou perante as autoridades, escoltado pelos demais veículos da cavalaria daquele regimento. Era o "renascimento do Osório". O outro protótipo (P1) com canhão de 105mm está sendo restaurado, pois o tempo lhe trouxe alguns defeitos que serão reparados e ele também será incorporado a este regimento.

Hoje, ambos os veículos são de propriedade do Exército Brasileiro, sendo considerados monumentos à memória e a tecnologia do Brasil. Até hoje, o Osório constitui o carro de combate mais avançado do inventário do Exército Brasileiro (único com canhão de 120mm), e duas gerações a frente do Leopard, hoje principal carro de combate em uso no Brasil. Em Abril de 2003, ele esteve exposto na LAD 2003 (feira de material de defesa) no Rio de Janeiro. Impressionou várias delegações estrangeiras, mesmo tendo sido fabricado na década de 80. Em 2003, foi aprovado um plano de reforma do Osório do Exército Brasileiro, e encontra-se em estudo, uma reformulação e possível produção do MBT Osório. Os meios de produção encontram-se em poder do Exército, portanto, a possibilidade existe.


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