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domingo, 28 de fevereiro de 2010

O projeto (Osório)


O projeto que usava alta tecnologia, foi feito com recursos da própria Engesa, sem ajuda governamental, sendo que isto provocaria sua ruína no futuro. Os engenheiros, em suas viagens de pesquisa encontraram bons equipamentos disponíveis. A maioria europeus (Os americanos não vendiam equipamento militar "de ponta"). Assim, os engenheiros foram até a Defence Components Exhibition, na Inglaterra. Lá, se interessaram pela suspensão hidropneumática Dunlop, que estava sendo empregada no MBT inglês Challenger. Para usá-la, o projeto original teria de ser modificado, entretanto a vantagem era tamanha, que esta suspensão foi escolhida.

Para a transmissão, optou-se pela ZF, LSG3000, pelo fato desta empresa possuir instalações no Brasil, e que a esta transmissão seria produzida aqui, obtendo-se uma redução de custos. Para o motor, foi escolhido originalmente o MTU alemão, utilizado nos Leopard 1 e 2, e com a empresa querendo sua fabricação no Brasil, porém o custo era elevadíssimo, então a empresa decidiu utilizar o TBD 234 de 1000 Cavalos, da também alemã MWM. Este motor, ainda não havia sido utilizado em blindados.

No desenho do projeto foi utilizada a tecnologia CAD, para desenhar o projeto com o auxílio de computadores. Isso mostrou que a Engesa queria fornecer um veículo de qualidade absoluta, atualmente, tais métodos, chegam à serem considerados banais.

No quesito armamento, o projeto foi diversificado: Decidiu-se por duas versões: A primeira, a mais sofisticada, levaria canhão de 120 mm GIAT (francês), alma lisa. Esta seria a exportada para a Arábia Saudita. Uma segunda, utilizaria-se de do canhão 105 mm alma raiada L7/M68. Esta seria a versão do Exército Brasileiro (O canhão de 105mm é padrão no ocidente, portanto muitos países produzem munição, e seu custo de manutenção é mais baixo). O Chassi era o mesmo para as duas versões, as diferenças estavam na torre (a do 120mm possuía melhores equipamentos eletrônicos). Como armamento secundário, uma metralhadora Hughes 7,62 mm, coaxial ao canhão e a famosa .50, atuando como defesa antiárea. O Osório possuía ainda, no alto da torre lançadores de granadas fumígenas, que formariam uma cortina de fumaça ao redor do tanque, impedindo-o de ser visto.

Para a blindagem, através de testes, concluiu-se que o Osório deveria utilizar-se de blindagem composta. utilizada, até hoje. Isso foi decidido, pois esperava-se que um Osório suportasse um disparo direto de 120mm (pois com esse canhão, supõe-se que seus inimigos também o teriam). Assim, eles foram a Chobhan, Inglaterra obter a tecnologia de blindagem composta. Acabaram por contratar dois engenheiros especializados, que desenvolveram a blindagem composta no Brasil, juntamente com uma de aço criada pela Usiminas. Especulou-se usar blindagem reativa (reactive armour) no Osório, e, apesar de nunca ter sido colocada, esta poderia ser utilizada. O Osório contava também com a frente bastante angulada, aumentando o efeito da blindagem (na parte superior, o ângulo da blindagem com o solo é de quase 0º).

O Osório contaria ainda com a proteção NBC (Nuclear, Biological, Chemical) capaz de conceder à guarnição proteção para muitos tipo de arma. Essa proteção consistia de um isolamento total da cabine, criando um ambiente interno controlado. Entre esses dispositivos, cita-se como exemplo a abertura manual do canhão, mantendo o municiador fora de contato com a atmosfera exterior.

A eletrônica era muito avançada e o tanque contava com telêmetro laser (que mede a distância do tanque ao alvo, calculando a elevação do canhão). Um computador de bordo, de 16 bits era alimentado por essas informações, fornecendo melhores condições para o disparo. Também possuía sensores para velocidade e intensidade do vento, condições atmosféricas, velocidade do projétil, entre outros. O atirador e o comandante dispunham de visores diurnos e noturnos, variando conforme a versão da torre (105mm ou 120mm). O Osório tinha a torre estabilizada, e compensador de desníveis, mantendo o canhão na direção certa do alvo independente da mudança de terreno. Aliado à sua "janela de coincidência" o índice de acerto no primeiro tiro era de incríveis 95%. A margem de erro não passava de um círculo com 50cm de raio.

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