Corpo de Fuzileiros Navais
Encontra-se presente em todo o território nacional, tanto no litoral, quanto nas regiões ribeirinhas da Amazônia e do Pantanal, atuando em tempos de paz na segurança das instalações da Marinha e no auxílio a populações carentes através de ações cívico-sociais desenvolvidas regionalmente pelos Distritos Navais. No exterior, zela pela segurança das embaixadas brasileiras na Argélia, Paraguai, Haiti e Bolívia. Participou de todos os conflitos armados da História do Brasil.
História
[editar]Antecedentes: a Brigada Real da Marinha
O CFN é originário da antiga Brigada Real da Marinha, unidade militar criada por Alvará Régio de Maria I de Portugal em 1797. No contexto da Guerra Peninsular, quando daPrimeira Invasão Francesa (1807), a unidade transferiu-se com a Família Real Portuguesapara o Brasil, tendo desembarcado na cidade do Rio de Janeiro em 7 de março de 1808.
[editar]O batismo de fogo: a conquista de Caiena
Em represália pela invasão de Portugal continental, o Príncipe-Regente D. João ordenou a invasão da Guiana Francesa, cuja capital, Caiena, foi conquistada por forças deste destacamento e do Exército Português a 12 de janeiro de 1809. Dois dias depois, a 14, foi hasteada aBandeira Real Portuguesa, solenizando-se este ato com uma salva de vinte e um tiros de artilharia.
[editar]Campanhas históricas
Posteriormente, a unidade esteve envolvida em diversas campanhas, como:
- a Guerra contra Artigas (1816), sendo então denominada como "Fuzileiros-Marinheiros";
- a Guerra da independência do Brasil (1822-1823), quando era denominada "Batalhão de Artilharia da Marinha";
- a Guerra da Cisplatina (1825-agosto de 1828);
- a Guerra dos Farrapos (1835-1845), integrados na esquadra de John Pascoe Grenfell;
- a Guerra contra Oribe e Rosas (1851);
- a Guerra da Tríplice Aliança (1864-1870), denominada como "Batalhão Naval".
Nesta última, destacou-se em ação na batalha do Riachuelo e no episódio conhecido como passagem de Humaitá.
Quando da proclamação da República brasileira (1889), o Batalhão Naval formou em frente ao Quartel-general do Exército, ao lado das tropas de Deodoro.
A lei nº 1698 de 15 de fevereiro de 1895 criou o Corpo de Infantaria da Marinha, em substituição ao Batalhão Naval. Em 1924 pelo Decreto nº 16.171, de 24 de dezembro, passou a denominar-se Regimento Naval.
[editar]A atuação junto à ONU
O CFN tem se destacado na participação em ações humanitárias promovidas pela Organização das Nações Unidas (ONU), em teatros de operação tão diversos como El Salvador, Bósnia, Honduras, Moçambique, Ruanda, Angola, Peru, Equador, Timor-Leste, e recentemente, noHaiti (MINUSTAH).
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[editar]Efetivos e missão
Treinado como "Força de Pronta Ação", o CFN conta atualmente com cerca de 15 mil homens, todos voluntários e concursados. Profissionais no combate em terra, mar e ar, a missão do CFN é garantir a projeção do poder naval em terra, por meio de desembarques realizados em conjunto com navios e efetivos da Marinha. No caso do Brasil, essa é uma missão complexa, uma vez que o território do país compreende cerca de 8,5 milhões km², um litoral de mais de 7.400 km com dezenas de ilhas oceânicas, e uma rede hidrográfica navegável de aproximadamente 50.000 km de extensão. Nesta última compreende-se a Amazônia brasileira. Cobrir climas e paisagens naturais tão diversificadas como os pampas do Rio Grande do Sul, o pantanal do Mato Grosso do Sul, a caatinga da região Nordeste e a selva amazônica, exige um treinamento do mais elevado padrão, agilidade e versatilidade. Desta maneira, existem unidades treinadas em técnicas de demolição, ações especiais, para-quedismo, combate em selvas, montanhas e gelo, e ações helitransportadas.
[editar]Meios
Para cumprir as suas missões, os fuzileiros são desembarcados de veículos anfíbios ou helicópteros. Para isso contam com o apoio do fogo naval e/ou aeronaval. Uma vez em terra, operam os seus próprios meios, que incluem blindados, artilharia de campanha, artilharia antiaérea,engenharia de combate, comunicações e guerra eletrônica.
[editar]Treinamento
Para estarem aptos a cumprir suas missões, os fuzileiros passam por um rigoroso treinamento físico, normalmente com corridas todos os dias, noites sem dormir, natação, apneia, tiro prático com armamentos diversos, especialmente fuzis, rapel, patrulhas terrestres, patrulhas fluviais, primeiros socorros, sobrevivência na selva, Rappel, Fast Hope, Adestramento com rádios comunicadores e armadilhas de guerra, além de artes marciais.
[editar]Lema
O lema do Corpo de Fuzileiros Navais é "ADSUMUS", expressão em latim que, em língua portuguesa, significa "Aqui estamos!"
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